CMB e Unichristus promovem atendimento a mulheres em situação de violência sexual

9 de fevereiro de 2021 - 12:17

A Casa da Mulher Brasileira firmou parceria com a Unichristus para iniciar uma escuta de mulheres que sofreram violências sexuais. A ação é realizada com o projeto de extensão dos alunos de Medicina Forense. A ideia é criar um espaço de diálogo humanizado, orientando sobre transtornos decorrentes destes abusos e quais os tratamentos indicados. A Casa é coordenada pela  Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS) e concentra, em um único lugar, serviços de atendimento à mulher em situação de violência. O grupo vai atender na Casa duas vezes por semana e, aos sábados, de quinze em quinze dias.

“Esta é mais uma parceria que nos possibilitará levar o melhor atendimento às mulheres cearenses, que já sabem que podem contar com a Casa em todo o processo de superação do ciclo da violência. Agora, queremos saber como está a saúde dessas mulheres e o que podemos fazer para ajudá-las a superar seus medos, ansiedades, e tudo que as impeça de ter uma vida plena e livre”, ressalta Socorro França.

O estudante Jucá Neto, integra o grupo de extensão em Medicina Forense da Unichristus e é um dos idealizadores do projeto que vai atuar na casa, explica que o objetivo é colocar em prática uma medicina mais humanizada e que se atenha não só a técnica. “Nossa ideia é mostrar em dados quantas mulheres que vivenciaram violências desenvolveram transtornos que devem ser tratados com muita atenção. Outro ponto importante são as doenças sexualmente transmissíveis, que, infelizmente, muitas mulheres têm vergonha de falar a respeito e podem, por isso, desenvolver doenças mais sérias posteriormente”, pontua Jucá.

A secretária-executiva de Políticas para Mulheres da SPS, Denise Aguiar, observa que este é mais um passo do Estado na construção de uma política estadual que contemple as demandas das mulheres cearenses. “Acreditamos muito na educação como ferramenta de transformação. Discutimos esse projeto com o colegiado gestor da Casa e buscamos fazer com que este seja mais um instrumento de apoio às mulheres cearenses e uma base para a criação de um banco de dados sobre o público que atendemos”, frisa a gestora.

A coordenadora da Casa, Daciane Barreto, aponta que a parceria também evidencia que nossa medicina está se humanizando cada vez mais no que se refere ao tratamento e acolhimento de mulheres em situação de violência. “Todos os dias acolhemos mulheres que chegam aqui muito adoecidas mentalmente, exaustas e fragilizadas das diversas violências a que são submetidas. Com essa parceria, oferecemos um atendimento personalizado para que possam conversar abertamente sobre seus traumas, medos e dúvidas com uma equipe preparada para atendê-las”, complementa a coordenadora.

Orientar e Acolher
O grupo vai atender na Casa duas vezes por semana e, aos sábados, de quinze em quinze dias. O grupo também vai promover campanhas educativas sobre DSTs e doenças psíquicas para os profissionais da Casa e para as comunidades do entorno. Os dados colhidos pelo grupo serão disponibilizados pela Casa e poderão subsidiar tanto em pesquisas sobre o tema como na criação de políticas públicas que sejam direcionadas ao acompanhamento e evolução dos quadros clínicos das assistidas.

Daciane Barreto explica que todas as mulheres atendidas pela Casa poderão participar do projeto. A coordenadora conta que já vem sendo feito todo um trabalho de sensibilização tanto das colaboradoras quanto do público atendido, para que entendam a importância deste acompanhamento mais personalizado no tratamento das doenças psíquicas que ainda acometem tantas mulheres em situação de violência.

Os telefones para informações e denúncias são:
– Administrativo Casa da Mulher Brasileira (85) 3108.2992 / 3108.2931;
Atendimento: Plantão 24h
– Centro de Referência e Atendimento à Mulher Francisca Clotilde (85) 3108. 2965;
Atendimento: 8h às 20h
– Centro Estadual de Referência e Apoio à Mulher (85) 3108.2966;
Atendimento:  8h às 19h
– Defensoria Pública do Ceará (85) 3108.2986;
Atendimento:Remoto
– Ministério Público do Ceará (85) 3108. 2940 / 3108.2941;
Atendimento:Remoto
– Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher (85) 3108.2971;
Atendimento:Remoto
– Delegacia de Defesa da Mulher de Fortaleza (85) 3108.2950
Atendimento: plantão 24h, sete dias por semana,