Paternidade ativa: chamar os pais a compartilhar a criação dos filhos encerra mês da Primeira Infância
30 de agosto de 2024 - 16:53 #Mês da Primeira infância #Paternidade ativa #Ser pai é estar presente #SPS
Assessoria de Comunicação da SPS Fotos: Mariana Parente
“Minha relação com o meu pai sempre foi muito boa e ainda é. O meu pai é o maior exemplo de homem que eu tenho, minha maior referência. Sempre procurou acompanhar o nosso crescimento, o dia a dia da gente na escola, e eu acho que muito disso é o reflexo da minha personalidade, do meu comportamento e de tudo que eu posso oferecer também para o meu filho”, reflete o colaborador da Secretaria da Proteção Social (SPS), Wellington Cavalcante (32).
Pai de um menino de um ano e sete meses, ele é um dos mais de 100 servidores e colaboradores da Pasta que acompanharam a palestra “Equidade e Paternidade: um olhar para dentro e para fora”. O evento aconteceu na manhã desta sexta-feira (30), encerrando a programação da SPS para o Mês da Primeira Infância.
“A importância desse momento é a gente poder multiplicar o que a gente aprendeu aqui, para poder replicar não só em casa, mas também nos equipamentos da SPS. Um pai presente faz muita diferença na vida da criança. Quando a criança cresce em um lar que tem esse compartilhamento, que o pai está presente, eu tenho certeza que ela vai se desenvolver, se tornar um adulto muito melhor mentalmente, um bom profissional e vai ser um ótimo pai também, no futuro”, pondera Wellington.
A palestra foi conduzida pelo doutor em Saúde Coletiva e coordenador de pesquisas do Instituto ProMundo, Rodrigo Laro, e contou com participação da secretária da Proteção Social, Onélia Santana; do secretário-executivo da Infância, Família e Combate à Fome, Caio Cavalcanti; da coordenadora do Mais Infância Ceará, Dagmar Soares; e da coordenadora do Programa Criança Feliz no Suas, Silvana Simões.
Secretária da SPS, Onélia Santana destacou os impactos da temática para o desenvolvimento das crianças, principalmente na primeira infância. “Quando a gente fala de paternidade ativa, é justamente a importância da presença do pai na vida daquelas crianças. Não só de trabalhar. O que ele precisa fazer, que é tão importante quanto o pão de cada dia, é alimentar esse coraçãozinho. Essa criança está crescendo, está se construindo e precisa de afeto, de atenção. A paternidade positiva é poder acolher as nossas crianças na hora da angústia, na hora do sofrimento, mas também estar presente no dia a dia”, frisou.
Na ocasião, a titular da Pasta enfatizou também que muitos homens não tiveram a presença paterna na infância e acabaram não aprendendo a importância do afeto e da não violência. “Precisamos romper esse paradigma da violência e a gente só vai fazer isso com conhecimento. É por isso que esse dia é importante para vocês, para que vocês possam entender mais sobre desenvolvimento infantil e a presença dos pais. Que vocês possam disseminar essa sementinha em um grupo de amigos, na casa, com um irmão, e poder construir cada vez mais um mundo melhor”, completa.
Ser pai é estar presente
Coordenador de pesquisas do Instituto ProMundo, Rodrigo Laro afirma que é possível desenvolver uma masculinidade diferente e que esta mudança será um fator determinante para uma paternidade mais acolhedora, de maior cuidado e participação.
“Melhor paternidade é saúde da família. Essa paternidade mais equitativa, mais cuidadora, traz benefício para criança; traz benefício para a esposa, se você tem um homem dentro de casa que dialoga mais, que participa; e para o homem também. Cada família tem uma dinâmica, mas nós homens podemos cuidar mais e podemos cuidar melhor, podemos dividir. A gente não está falando em ajudar a esposa, a gente tá falando em participar, em cuidar junto da esposa”, frisa.
Quem também marcou presença no evento foi o arte educador no ABC Cajueiro Torto, Cícero Carlos (53). Pai de doze filhos, ele conta que nunca tinha ouvido falar de paternidade ativa, e participar da palestra o fez pensar não apenas sobre si, mas sobre seu pai e seus próprios filhos.
“Eu acho que essa palestra leva muito a ver o seu pai em si, buscar a história do seu pai, os impactos na sua criação, para poder vivenciar a vida dos filhos”, pondera. “Como educador, 75% dos meus alunos não conhecem seus pais, têm o apoio e acompanhamento apenas da mãe. Eu vejo isso e, como pai, eu sou e fui uma figura presente”, explica.
“Eu acho que o meu exemplo, a minha vivência como pai hoje existe nos meus filhos. Na profissão, todos eles são formados hoje em educação física, fisioterapeutas, e pais presentes. A minha figura como pai foi positiva, hoje eles seguem quase o mesmo caminho”, completa.