Março das Mulheres: Transmissão virtual mostra diversidade nas lutas das mulheres

9 de março de 2021 - 15:56

As mulheres cearenses seguem aguerridas na luta por políticas públicas. Em transmissão que celebrou o 8 de Março, a secretária da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos, Socorro França, destacou as obras da Casa da Mulher Cearense. “É com muita alegria que compartilho com vocês que já concluímos mais de 30% da obra da Casa da Mulher Cearense na Região Sul e quase 10% da Casa da Região Norte. Na Região Central, as obras devem iniciar no próximo mês de abril. Esta é uma resposta do Governo do Ceará a esta dupla pandemia que nós temos vivenciado, além do coronavírus, as mulheres cearenses têm que lidar com agressores dentro de suas próprias casas. Enquanto gestora  atuante nas políticas públicas para combater a violência  doméstica quero dizer a todas as mulheres cearenses que estamos de mãos dadas nesta luta contra todos os tipos de violência”. O debate online foi organizado pela Casa da Mulher Brasileira e transmitido na tarde desta segunda-feira, pelo canal da SPS Ceará no YouTube.

 

Também presente no encontro, a vice-governadora Izolda Cela destacou a construção das Salas Lilás, que serão espaços de acolhimento para as mulheres em situação de violência que residem em municípios onde ainda não existem equipamentos da rede de atendimento. “Ainda estamos longe de alcançar a equidade de gênero, mas cada passo que damos coletivamente nos aproxima ainda mais do nosso sonho de uma sociedade com igualdade entre os gêneros e sem violência”, destacou a gestora.

O encontro reuniu uma diversidade de mulheres, cada uma falando das tantas lutas que cabem dentro da luta por uma sociedade com mais equidade de gênero. Estiveram presentes ao evento a ativista Maria da Penha, a indígena Cacique Pequena, a coordenadora da Casa da Mulher Brasileira, Daciane Barreto, a assessora especial de Acolhimento aos Movimentos Sociais, Zelma Madeira, além de representantes do Judiciário, da segurança pública e de movimentos de mulheres.

A secretária-executiva de Políticas para Mulheres da SPS, Denise Aguiar, pontuou que o dia 8 de março não é um dia para romantizar as mulheres, mas sim para lembrar das lutas e conquistas. “Nós lutamos muito para conquistar nossos direitos e mais ainda para preservá-los. Que possamos continuar construindo esta história que não é só de uma mulher, mas de todas nós e que ela sirva de inspiração para as próximas gerações”, frisou Denise Aguiar.

A ativista Maria da Penha lembrou que a Casa da Mulher Brasileira é a personificação da resistência contra a violência doméstica e que este trabalho não pode parar nunca porque salva muitas vidas. “ Eu me sinto muito honrada de ver tantas mulheres que lutam juntas para que outras mulheres possam também se libertar e acessar seus direitos. Nós não estamos de braços cruzados, nós estamos nas fronteiras lutando há muito tempo para que as mulheres sejam respeitadas e tenham autonomia sobre suas próprias vidas”, completou Maria da Penha.

A palestra principal foi conduzida pela professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e socióloga, Mary Garcia, que falou sobre A Resistência das Mulheres no Brasil e na América Latina. Mary explicou que este 8 de março se singulariza por evidenciar dois “L”, um de luto e outro de luta. “Em meio há tantas vidas perdidas nesta pandemia e tanta desesperança, nós temos também a alegria de ver nossas meninas e jovens adentrando as escolas e universidades deste país, em especial as meninas negras e indígenas. Estamos vivenciando a visibilidade de mulheres na escrita, na política, no ensino e também a frente da ampliação das mobilizações pelos nossos direitos e pela democracia”, pontuou a professora.

 

Casa da Mulher Brasileira

Em mais de dois anos de funcionamento, a Casa da Mulher Brasileira atendeu mais de 80 mil mulheres. No ano passado, o equipamento atendeu um total de 25.664 mulheres em situação de violência, e este ano, até o último mês de janeiro, foram atendidas 3.052 mulheres.

Coordenada pela SPS, a Casa da Mulher Brasileira é um equipamento que opera em rede, concentrando em um único lugar os serviços da Delegacia de Defesa da Mulher, Defensoria Pública, Ministério Público e Juizado Especial, além do atendimento psicossocial dos centros de referência estadual e municipal.