Público do Centro Comunitário Luiza Távora/Farol participa de colóquio sobre criança, cidade e meio ambiente

29 de setembro de 2021 - 08:42 # # # #

Mães, pais e cuidadores de crianças do Serviluz participaram, na última semana, de um colóquio sobre a relação criança, cidade e meio ambiente. A ação aconteceu no Centro Comunitário Luiza Távora (Farol), equipamento da Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), e foi promovida pela Ação Olhares Eco Protetores como encerramento do ciclo de oficinas, intervenções urbanas e colóquios que a iniciativa vem realizando desde agosto com instituições sociais da capital cearense. A Ação Olhares Eco Protetores faz parte do Projeto Primeira Infância é Prioridade, realizado pelo Instituto da Infância (Ifan) em parceria com a Rede Nacional Primeira Infância (RNPI), ANDI – Comunicação e Direitos, e patrocinado pela Petrobras.

O objetivo do colóquio foi levar o público adulto a refletir sobre o direito da criança à cidade e ao meio ambiente de qualidade, identificando aspectos presentes nos espaços públicos do bairro que retiram de meninos e meninas a chance de viverem em uma cidade mais lúdica, segura e ambientalmente sustentável.

A supervisora administrativa Maria Teixeira Maciel, que costuma fazer cursos profissionalizantes do Centro Comunitário, participou do evento. Entre os desafios percebidos por ela no acesso das crianças do bairro a um espaço urbano equilibrado, ela destaca o despejo inadequado de resíduos em via pública: “O caminhão de lixo passa na segunda, na quarta e na sexta na minha rua, mas as pessoas colocam lixo na calçada na terça-feira. É incrível que a população não respeite! Existem placas com o aviso ‘não coloque lixo’, mas eles continuam colocando”.

Para Alana Aragão, gerente do Projeto Primeira Infância é Prioridade – Ação Olhares Eco Protetores e facilitadora do colóquio, o objetivo do evento foi alcançado: reunir as famílias para provocar o seu protagonismo. “Para além de falar sobre o direito da criança a viver em boas cidades, a gente buscou estimular a participação e a reflexão sobre os próprios atos dos participantes em seu dia a dia”, explica.

O colóquio contou com ciranda de integração para fortalecer o senso de coletividade, exibição da websérie documental “Infâncias, Cidade e Meio ambiente” (lançada este ano pelo Projeto Primeira Infância é Prioridade – Ação Olhares Eco Protetores) e dinâmica de “árvore situacional”, quando os participantes se dedicaram à construção coletiva de soluções para problemas que eles mesmos apontaram como realidade do Serviluz. Alana conta que, ao fim do encontro, ficou “a sensação de que o grupo se sentiu mais integrado e entusiasmado em realizar ações em prol do bem estar da comunidade”.

A coordenadora do Centro Comunitário Luiza Távora, Socorro Parente, observa que a parceria aconteceu após a experiência positiva no Centro Comunitário Santa Terezinha. A unidade do Vicente Pinzón recebeu, neste mês, oficinas do Projeto com crianças e cuidadores que atende. “Diante da experiência no Santa Terezinha, a SPS achou interessante que a atividade também fosse realizada aqui no Luiza Távora, fizeram essa ponte e eu fico muito feliz e satisfeita por terem se lembrado de nós”, comenta Socorro.

Atualmente, o Centro Comunitário Luiza Távora (Farol) atende crianças e adolescentes de 6 a 17 anos nas atividades de capoeira, balé e futsal, nos turnos da manhã e tarde. Para a coordenadora da unidade, é necessário falar com os pais sobre o direito de seus filhos porque “a família precisa estar mais inserida nessa nova sociedade que estamos criando, ela precisa se preocupar com novos comportamentos. Para isso, a gente precisa conversar com as nossas crianças, e a família precisa estar interagindo, orientando e, principalmente, sendo exemplo”.

Para Luzia Laffite, superintendente-executiva do Instituto da Infância, quando cuidamos de uma criança, devemos voltar nossos olhos, intenções e conhecimentos para a promoção de seu desenvolvimento integral e integrado. Ela explica: “Integral porque estamos preservando e promovendo todos os direitos da criança, conforme estabelece a Convenção dos Direitos da Criança, criada pela ONU em 1989. Integrado porque o bem estar da criança é único. Ela está inserida em um ambiente físico, cultural e social, portanto todos os ambientes deveriam poder proporcionar uma vida digna e de qualidade para as crianças”.

 

Texto e fotos: Nina Ribeiro / Ifan