Equipes dos Cras são decisivas para bons resultados

9 de fevereiro de 2022 - 08:48 # # # # # #

Assessoria de Comunicação da SPS
Texto:
Rafaela Leite
Foto: Divulgação

Psicóloga com atuação no Serviço Social, Manuelena Evangelista trabalha no Cras Caponga, localizado no município de Cascavel e um dos 30 Cras contemplados com o Prêmio Referência Social. Nesse tempo, Manuelena já construiu muitas histórias de trabalhos, laços e aprendizados. “Trabalhar no Cras foi uma descoberta. Eu fui aprendendo, fazendo os cursos para entender como era o atendimento. Eu fui me encontrando a cada dia”.
Ela é uma das muitas profissionais que compõem as equipes técnicas dos Centros de Referência Social (Cras) do Estado do Ceará que, além do compromisso em ofertar serviços socioassistenciais de qualidade e incentivar a participação social da comunidade, desenvolvem também uma relação de vínculo com os usuários. “Quando eu comecei a pesquisar e me inteirar de como era o atendimento às famílias, eu fui me encantando. De estar ali com a família, ir pactuando alguns acordos, vendo sua evolução… Muitas vezes você vai vendo uma força ali dentro que antes eles não sabiam que tinham. E a gente vai ali com eles, no percurso, caminhando junto”, relata.

A equipe do Cras é definida por Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Sistema Único de Assistência Social (Suas), com quantidade de pessoas e cargos diversos, a depender do número de famílias referenciadas na região. As equipes de trabalho foram um dos critérios para a definição dos 30 Cras vencedores do Prêmio Referência Social.Socorro França, titular da Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), destaca que a pasta atende os 396 Cras do Estado e está sempre atenta ao atendimento dado às famílias. “Esse trabalho de acompanhar, monitorar, assessorar os municípios faz parte do pacto federativo da política de assistência social e através desse acompanhamento é que nossas técnicas buscam gerar competências, sempre no intuito de desenvolver as equipes de referência dos municípios”, pontua a gestora, que ainda lembra que o monitoramento acontece durante todo o ano, de forma presencial e remota.

“Nossas técnicas conversam com as equipes municipais sobre as orientações nacionais da política, de como o equipamento deve funcionar e levam também o apoio técnico em cima das dificuldades que aquele Cras está vivenciando”, complementa a secretária.
O grupo mínimo é formado por coordenador, assistente social, psicólogo e dois técnicos de nível médio. As equipes podem contar, também, com pedagogos, orientadores sociais e supervisores de oficinas. Sua principal função é identificar as necessidades e vulnerabilidades dos usuários e encaminhá-los para cada serviço.
Nádia Oliveira é uma das integrantes da equipe técnica do Cras Caipu, em Cariús, outro equipamento premiado. Assistente social, ela atua com o acompanhamento das famílias no Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif) e realiza visitas domiciliares para a construção de relatórios sociais de concessão de benefícios eventuais. “Aqui basicamente a gente trabalha com Paif e com os serviços de convivência, então a modalidade de trabalho é basicamente socioeducativa: oficinas, seminários temáticos, cursos e palestras, sempre voltados para essa área que cative os usuários, para a gente conseguir manter esse vínculo, conseguir que eles continuem frequentando e, assim, possam construir esse laço mais bacana entre os profissionais e os usuários”.

Mesmo com formações diferentes, todos os técnicos têm o intuito de auxiliar as famílias, dar suporte, fomentar a inclusão social e conhecer intimamente as características e necessidades da comunidade em que atuam. “O Cras vislumbra as potencialidades dos usuários, suas fragilidades e promove várias ações, encaminhamentos, articulação com territórios, busca ativa”, pondera a secretária de Assistência Social de Cascavel, Ana Claudia Moura. Ela explica que para isso, a formação dos profissionais é cotidiana: “Às vezes até em uma reunião integrada de coordenação a gente vai passando algumas informações que o Suas preconiza: a questão da Proteção Básica, Proteção Especial, fluxo de atendimentos, a importância da gente se fortalecer enquanto Sistema Único de Assistência Social”.

Além dos aprendizados diários, alguns equipamentos ofertam capacitações continuadas. É o caso de Porteiras, que dispõe de um plano municipal de educação permanente para os profissionais. Secretária de Assistência Social do município, Claudineide Lima, destaca a relação da formação com os bons resultados, que também teve uma unidade vencedora do Prêmio Referência Social. “Desde 2017 que a secretaria adotou o monitoramento municipal e orientações diversas. Acredito que essas foram algumas formas de melhorar os desempenhos dos Cras”, explica. Apenas em 2021, foram realizadas 12 capacitações para trabalhadores, gestores e conselheiros do Suas.

Fernanda Batista, coordenadora do Cras Caponga, ressalta também o atendimento humanizado da equipe e a intersetorialidade com outras instituições. “Todos os nossos profissionais trabalham de mãos dadas. Não só no Cras, mas em outras instituições. Nós trabalhamos com várias parcerias, tanto na educação, quanto na saúde, o pessoal da comunidade”, cita.

São laços criados e desenvolvidos com esforço, trabalho e cumplicidade. Roseno Pereira, coordenador do Cras Caipu, em Cariús, conta que sua equipe é composta pela assistente social, por uma psicóloga e pelos facilitadores de oficinas, responsáveis por organizar, monitorar e desenvolver os grupos de convivência. “Nós sempre estamos buscando aprimoramento com relação à assistência social, e a Secretaria também fornece capacitações sempre que há disponibilidade”.

Para ele, a união da equipe foi um dos pontos fortes para a conquista no Prêmio de Incentivo ao Cras. “A nossa equipe sempre trabalhou em conjunto, como família, em prol de um objetivo que é atender a todos os usuários que buscam o equipamento de forma satisfatória, dedicada e de modo que eles realmente se sintam abraçados”, finaliza.