Conselheiros Estaduais da Igualdade Racial tomam posse em cerimônia no mês da Consciência Negra

21 de novembro de 2018 - 11:05 # # #

Pelo simbolismo que carrega em torno do nome do prédio do Governo do Ceará, o Palácio da Abolição reuniu, na tarde do dia 20, representantes do movimento negro, quilombolas, indígenas, ciganos e povos de terreiro. O evento de posse dos novos membros do Conselho Estadual de Igualdade Racial (COEPIR) foi marcada para o Dia da Consciência Negra (20), data atribuída à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, tido como um dos líderes de resistência dos quilombos.

Formado por representantes do governo e da sociedade civil organizada, e vinculado diretamente ao Gabinete do Governador, o Conselho inicia seu segundo mandato (2018-2020) com o objetivo de reafirmar o compromisso com o controle social e as políticas públicas de superação do racismo e de promoção da igualdade racial como fatores essenciais à democracia plena.

Segundo a vice-governadora do Estado do Ceará, Izolda Cela, o momento significa o reconhecimento de uma estrutura necessária para pensar ações e pautas que visem combater o racismo e o preconceito indiscriminados que estão presentes em todas as estruturas da sociedade. “Eu acho importante termos a possibilidade de uma política mais efetiva para identificarmos quais as demandas específicas. Temos a negação do preconceito e, com ela, os riscos que isso representa. São desafios importantes que temos que enfrentar no sentido que nós possamos seguir no rumo de uma sociedade com mais cooperação e respeito”, afirmou.

O secretário-chefe do Gabinete do Governador, Élcio Batista, endossou a preocupação da atual gestão em transformar o Ceará em um lugar que se sustenta em pilares como liberdade, fraternidade e diversidade. “Passamos por um momento em que são construídos muros e barreiras em todo o mundo. Temos que reunir esforços para desconstruí-los e ultrapassá-los para que possamos ter uma sociedade mais igualitária. A desigualdade cria abismos quando pensamos em uma sociedade mais igual para todos. É por isso que esse governo tem um olhar voltado para o humano, para o outro”.

Em sua fala, a titular da Coordenadoria de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial, Zelma Madeira, sublinhou que convivemos com o racismo estrutural e que a discriminação exclui parte considerável dos movimentos, legitima o discurso de negação de diferenças e tenta reafirmar o predomínio de instâncias societárias de uma harmonia racial. “Esse discurso tem sido útil para o esquecimento do passado e das consequentes mazelas perduram as persistentes na contemporaneidade, com silenciamento da negação e identificação de toda resistência. Somos um povo que aprendeu desde cedo a resistir. E resistir significa ampliar os espaços em que os povos minoritários tenham voz e possam expor suas raízes e pensamentos”.

O líder do Movimento Negro Unificado do Ceará, Kim Lopes, defendeu o espaço criado ao longo dos últimos anos dentro do atual governo que, segundo ele, “abriu oportunidades para que as pautas e reivindicações fosse ouvidas e atendidas”.

Sobre o Conselho

O COEPIR possui a finalidade de acompanhar e deliberar critérios e parâmetros para a implementação de metas e prioridades para assegurar as condições de igualdade à população negra, indígenas, quilombolas, ciganos e povos de terreiro.

O conselho conta com 13 representações governamentais titulares e seus respectivos suplentes, as secretarias representadas são: Desenvolvimento Agrário, Educação, Saúde, Trabalho e Desenvolvimento Social, Justiça e Cidadania, juventude, Cultura, Planejamento e Gestão, Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, Recursos Hídricos e Igualdade Racial. Por sua vez, a sociedade civil organizada, integra o conselho com representações de mulheres negras, mulheres indígenas, indígenas, quilombolas, povos de terreiro, ciganos, direitos humanos, direitos da criança e do adolescente, entidades de classe e artística.