STDS e Sine/IDT promovem mutirão para empregar pessoas com deficiência
22 de setembro de 2016 - 15:08
*Atualizada em 23 de setembro
O Cepid reuniu 30 empresas, disponibilizando 756 vagas de emprego
Segunda casa, escola, nova família, “melhor lugar”. O Centro de Profissionalização Inclusiva para a Pessoa com Deficiência (Cepid) pode ter vários nomes, vários tamanhos, vários aconchegos, pode produzir vários afetos e ressignificar muitos projetos de vida. Ou mesmo criar novos, a exemplo de Arila Pinheiro de Sena. Ela própria relata boas experiências no Cepid. O filho Kildare, 29 anos, tem Autismo e Síndrome de Asperger, é analista de sistemas web e, em 2014, fez um curso de Fotografia na unidade, foi encaminhado para a vaga de Editor Gráfico no Sistema Ari de Sá, onde já trabalha há dois anos.
“Fomos muito bem acolhidos no Cepid, nos trataram com respeito, houve um atendimento pedagógico correto, mas nem sempre foi assim”, relata Arila de Sena, mãe de Kildare. Antes de chegarmos ao Cepid, meu filho teve um emprego em que era tratado com desdém. Foi demitido sem muitas explicações. Nesse período ele ficou triste. Agora não. Estamos em um espaço em que a capacidade dele é aproveitada”, explica Arila, ao expor os avanços do filho, um dos milhares de personagens que constroem na vida real a história do Cepid, desde sua criação em 2014.
Assim como Kildare, Shirley Katia também frequenta o Cepid e tem o espaço como uma segunda casa. Aos 26 anos, a mulher, mãe e atleta acredita na construção de uma nova realidade para a pessoa com deficiência. “ Acordei otimista hoje, estou tentando uma vaga de trabalho e sei que vou conseguir. Sou cadeirante há cinco anos, após ter sido atingida por um tiro, mas acredito que minha deficiência não deve ser uma barreira, e sim uma ponte para novas realidades. Em dias assim, com tantas possibilidades, olho para minha filha com a certeza de que o futuro pode ser bom”, descreve Shirley Kátia.

Dia D
Nesta sexta-feira, 23 de setembro, Dia D de Contratação de Pessoas com Deficiência, o Cepid oferta 756 vagas de trabalho formal, através das 30 empresas que estão com estandes no local, para atender as PCDs em busca de vagas de emprego. “É gratificante saber que podemos, enquanto Secretaria, facilitar o acesso de PCDs ao mercado de trabalho. Entendemos que as possibilidades devem ser para todos, sem exceção. A igualdade se constrói no dia a dia, no respeito às diferenças e aos limites do outro”, destacou o secretário adjunto da STDS, Herman Normando, ao abrir hoje, o Dia D de Contratação.
“É motivo de orgulho saber que muitas PCDs sairão daqui, hoje, empregadas. Fazemos o melhor para atendê-los, oferecemos aqui no Cepid capacitações com qualificação para que possam também poder ofertar serviços de qualidade ao nosso mercado. Não temos nenhum curso com menos de 80 horas, fazemos um trabalho integrado, capacitamos e encaminhamos para as empresas”, declara Regina Tahim, coordenadora do Cepid. As contratações para PCDs não se encerram hoje. Os interessados podem procurar as unidades do Sistema Nacional de Emprego (Sine), que diariamente oferta vagas em diversos segmentos.
Censo
O último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que cerca de 2,3 milhões de cearenses apresentam alguma deficiência, seja ela física, auditiva, visual, mental ou múltipla. Esse número representa 27,69%, dos 8,4 milhões de habitantes do Estado. No Brasil, 45,6 milhões de pessoas ou 23,92% da população tem algum tipo de incapacidade para ver, ouvir, mover-se ou alguma deficiência física ou intelectual. Trabalhadores com deficiência representam 23,6% do total de ocupados no País.
Parcerias
A reserva legal de cargos, também conhecida como Lei de Cotas (art. 93 da Lei nº 8.213/91) estabelece a obrigatoriedade de empresas com 100 ou mais empregados preencherem uma parcela de seus cargos com pessoas com deficiência, em proporções que variam de acordo com o número de empregados: de 100 a 200, a reserva legal é de 2%; de 201 a 500, de 3%; de 501 a 1.000, de 4%; e acima de 1.001, de 5%. Analista de RH da Casa Pio/C. Rolim, grupo que, em Fortaleza, emprega 110 PCDs, Cristina Moura afirma que alguns dos seus melhores funcionários são PCDs e que o trabalho do Cepid só agrega. “Somos parceiros do Cepid desde a inauguração. Todos os profissionais que nos chegam de lá são de alta qualidade”, aponta Cristina.
Cepid
Maior equipamento do Norte e Nordeste, com capacidade para atender 1.200 jovens e adultos, o Cepid é coordenado pela Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) e construído, dia a dia, por muitas figuras marcadas pela luta e pela perseverança de quem lida com barreiras físicas e atitudinais. O Centro oferece completa estrutura para formação profissional, intermediação e inserção no mercado de trabalho desse segmento, que representa quase 28% da população cearense.
A unidade dispõe de salas de aulas, laboratórios para capacitação nas áreas de informática, de hotelaria, além de capacitação nas áreas de comércio, serviços administrativos, indústria criativa, bem como cursos de Libras e unidade de atendimento do Sine/CE. Possui também academia de baixo impacto, piscina e quadra poliesportiva acessíveis para paraesportistas de diversas modalidades: natação, basquete, futsal e tênis de mesa; e salas de convivência com cafeteria.
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